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CECILIA FIDELLI
( Brasil – São Paulo )
PRISMA – A revista de literatura n. 006 – abril 2015. Porto Velho, Rondônia: Editora Costelas Felinas, 2015. Organização: Selmo Vasconcellos. 24 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
EM MEMÓRIA
Explicação.
No final do dia
o inconformismo. Me conformar.
Não tem jeito de mudar
Fecho os olhos, calo a alma.
Danço conforme a música ouvindo a voz
do coreógrafo.
Os versos são conhecidos
em minhas versões intimistas.
É o meu jeito de morrer um pouco todo dia,
sem métricas ou rimas.
Rendo-me, entrego-me,
de acordo com a direção do vento.
Aqui, quando não tem poesia,
não tem também hipocrisia.
Por mim,
nunca ninguém entristecia.
Ser acontecesse,
tomava logo um banho frio para tirar o ranço.
Pode não parecer, mas sinto-me em paz.
Mais um dia no tempo, perdido
Ou mais um dia perdido no tempo...
Tempo de lamentar sem chorar,
o que se fez, o que se faz.
Junto às reservas de ânimo
É raríssimo eu abandonar a ideia de lutar.
Não diria que estou cansada,
que secaram-se as lágrimas.
Diria que estou exausta.
Que as minhas penitências,
são só minhas,
que estou terminando meu turno.
Por isso fecho os olhos e calo a alma.
A atenuante é não chorar.
*
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Página publicada em janeiro de 2023
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